quarta-feira, 10 de outubro de 2012

Mensalão do DEM? Hipocrisia do discurso!



É interessante perceber como o senso comum paira na mente das pessoas e, sobretudo naquelas que a gente pressupõe ter certa maturidade e percepção para contextualizar o passado com o presente e projetar o futuro, contudo não vejo isso acontecendo. No emaranhado de interesses midiáticos com a finalidade escusa de atender sempre aos mesmos motivos em que a classe burguesa montou seu esquema de dominação por séculos, posa de uma moralidade hipócrita e que o fim disso não será diferente do que sempre foi: a solidificação do liberalismo nu e cru. Trocando a miúdos, analisaremos a situação da conjuntura política atual. Parece-nos crer, pelo que a mídia apresenta, que só o PT tem em sua composições, membros envolvidos com corrupção. Todos nós sabemos que o DEM lidera o ranking de partidos com maior número de indivíduos cassados e processados. Até mesmo quem era o “grande” chefe do partido, ACM, foi processado e renunciou para não ser cassado. Agora com a lei da ficha limpa ele com certeza não poderia ser eleito a nada. Tivemos o mensalão do DEM com o José Roberto Arruda e não ganhou tanta projeção da mídia. Tivemos a cassação do Senador Demóstenes Torres do DEM com o empresário Carlos Cachoeira. Agora vemos o neto de ACM (diga-se de passagem, com o avô que apoiou diretamente a Ditadura militar, regime que torturou e matou milhares de brasileiros) posar na TV como se o seu partido fosse puro e defensor de causas populares. Para quem acompanha sessões no Congresso Nacional, sabe que entre o discurso de campanha e sua prática há uma distância relativamente grande. O alertar é que talvez muitos não percebam as reais intenções por detrás desse ataque ferrenho ao PT. Não que seja a favor da impunidade, pois os corruptos devem estar atrás das grades mesmo, porém a raiva ao PT é muito mais do que a indignação pela corrupção. É de fato a reimplantação de a ideia de que a classe trabalhadora não tem poder de mobilização e possibilidade de governar. Retirar de nós a possibilidade de mobilização já que o governo do Partido dos Trabalhadores, segundo alguns foi o percussor do “maior escândalo” da história brasileira. Quem diz isso precisa estudar história novamente. Para além do PT está a essência daquilo que o partido defendia. E o partido não é representado apenas por alguns líderes. Temo pelas políticas públicas implementadas e que são tão combatidas pela elite. Talvez para muitos o discurso em que utilizamos com os conceitos de “elite”, “burguesia”, “classe” esteja defasado, porque na visão de muitos a luta de classe nem exista mais, porém ela está mais viva do que nunca.  Não percamos a noção de que os políticos defendem projetos e, se hoje a política parece ter perdido o rumo, na realidade historicamente agora temos muito mais capacidade de controle social. 
Não nos esqueçamos dos avanços sociais com o aumento do poder de compra, além de investimentos altos na educação, embora haja a necessidade de mais. Universidades Federais foram interiorizadas, investimentos em Educação Profissional, PROUNI e a ampliação do FIES. Todos esses investimentos implicam numa projeção de um Brasil diferente, sobretudo com a inserção de muitos pobres no nível superior. Com a criação do FUNDEB que ampliou os recursos para a Educação Básica e a implantação do Piso Nacional para os professores. Temos a certeza que ainda é pouca a valorização de nossa classe, mas o piso, pelo menos obrigou a alguns Estados e Municípios a melhorar a remuneração de alguns colegas. Isso pra se perceber como estava pior em muitas localidades. Porém, percebo na Bahia que houve investimentos e recursos financeiros não tem faltado nas escolas.
Temo meus caros companheiros que o discurso elitista esteja ganhando muito mais força. A ascensão de Lula foi um choque para as elites e hoje percebo que minha luta não foi em vão. O nosso empenho agora deve ser unicamente para retomarmos as rédeas da nossa conquista. Essa eleição serviu para o Partido dos Trabalhadores repensarem sua prática e cabe a nós, pretensos intelectuais discutirem e redefinir os rumos do partido. Volto a dizer que para além de uma sigla partidária está um projeto. Deixar esse projeto se esvair, escapar de nossas mãos pode talvez enterrar de vez a chance de mostrarmos que a classe trabalhadora não quer jamais voltar ao regime de humilhação e decadência. Os valores liberais não podem se renaturalizar em nossas mentes. A luta continua meus caros colegas! E sempre continuará. DEM e liberais jamais de volta à nossa Bahia. Se quisermos mudança tem que ser pra melhor. Até lá os movimentos sociais que tanto o DEM condena, deverão unir forças, não só para votar, mas para fiscalizar, estarem organizados para o “controle social” e, sobretudo propor. Vencer as eleições não é tão somente achar que tudo já foi conquistado, porque podemos estar subestimando o nosso inimigo e sua capacidade de mobilização. Avante  Classe Trabalhadora. Vamos à luta camaradas.

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Produção de Café

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Daniel Cézar