sábado, 28 de março de 2009

Enquanto isso na academia de musculação...

Quando se está em uma academia de musculação parece que entramos no universo dos grandes cientistas da anatomia e fisiologia humana. Nele encontramos sempre aquele que sabe mais como perder gordurinhas localizadas, como desenvolver este ou aquele músculo do corpo, sem contar nas mais variadas dietas para “pegar peso”, ou emagrecer. Vou tentar destrinchar algumas das mais variadas pérolas que ouvi enquanto malhava. Nas mais variadas conversas sobre anabolizantes, ouvi um indivíduo dizer que pra desenvolver tal músculo era necessário aplicar a injeção exatamente no músculo que ele queria desenvolver e, que se não fosse assim, não daria certo. Iria propor pra ele tomar uma picada de cobra extremamente perigosa e ficar despreocupado, pois se ela picasse em seu bíceps, só esse músculo seria atingido. Onde está a circulação sanguínea nessa história? Em outra conversa, (não achem que fico ouvindo conversas alheias, pois é impossível não ouvir quando estão berrando em seu ouvido) percebi um indivíduo afirmando a necessidade de se tomar um remédio para matar “vermes”. Segundo ele, só haveria a possibilidade de engordar e “crescer” se o corpo estiver limpo – onde está a pérola nisso aí? A questão é que ele estava falando, em especial, do Schistossoma mansoni, um platelminto muito encontrado no organismo de muitos aqui no Nordeste, sobretudo nas regiões onde ocorre algumas espécies de caramujo (hospedeiro intermediário). Interessante foi como o cidadão, citado acima, indicou a forma de adquirir esse “verme” em nosso organismo. Afirmou que só se deve comer fruta lavada e água fervida, pois o “vírus” entra no corpo facilmente. Ao redor dele estavam os curiosos atentos e absorvendo a informação “útil” para ser aplicada Às suas vidas. Coisa é quando começam a falar de time de futebol. Como não entendessem que o futebol é permeado, assim como muitas coisas na vida, de subidas e descidas. Ora um time está bom, ora outro. Gostaria muito que essa energia e empolgação fossem também percebidas na busca por um mundo melhor, na luta pela defesa dos nossos recursos naturais, da política séria e honesta, etc. Por outro lado, fico no dilema de intervir ou não intervir nessa “construção do conhecimento”. Todavia percebo que embora os meios de comunicação e acesso à informação estejam ampliados e facilitados, há muita gente alheia a tudo isso. Fico a imaginar que da mesma forma ao encontrarmos pessoas transmitindo “conhecimentos” e “fundamentos” de uma “ciência” não provada ou experimentada, assim são os nossos caros políticos facilmente ludibriando à população com discursos falsos e distorcendo a realidade. Enquanto isso, continuo indo à academia, em busca do corpo perfeito e de algumas pérolas a mais.

segunda-feira, 9 de março de 2009

Gostaria de compartilhar com todos o texto do meu amigo Cecílio a respeito de minha nova música....


Documentário sobre Remanso lança música do compositor Daniel Cézar
Cecílio Bastos


Dá para notar na voz do cara: Daniel Cézar está empolgado com a sua mais nova composição, Meu remanso, que será lançada no próximo dia 6 de março no Departamento de Ciências Humanas da UNEB em Juazeiro/BA, durante a estréia do filme Dos que sobraram das águas. “É a primeira vez que vejo minha música vinculada ao cinema e isso revela ainda mais o conteúdo daquilo que componho”. Apaixonado por memória, o músico disse que foi angustiante explorar as sensações na canção, mas que a motivação ficou por conta do caráter de denúncia de ambas as produções.

Daniel Cézar, que também é historiador, mora hoje na cidade de Amargosa/BA, região do Vale do Jiquiriçá. Seu trabalho, ainda pouco conhecido, faz parte do autêntico círculo de música alternativa. Do som de raiz ao elétrico, busca sempre um repertório que provoca reflexão, fator que já lhe rendeu boas críticas. Autor de letras voltadas para questões sociais, Cezar explica que “esse tipo de música é difícil de se tornar visível e a chance de expor está no casamento com outras linguagens”.

A música Meu remanso, produzida especialmente para o filme e interpretada pelos estudantes de jornalismo Michael Ribeiro e Edésio César, incorpora elementos do pop music com algumas influências do forró e sonoridade da moda de viola. O conteúdo é inspirado na história oral da cidade de Remanso/BA, região do semi-árido inundada na década de 1970 para a implantação do Lago de Sobradinho. Foi no clima de nostalgia dos moradores da antiga região ribeirinha que o compositor desenvolveu a letra da música com versos polêmicos, saudosos e uma sonoridade tocante.

Dos que sobraram das águas é nome do documentário que conta histórias de pessoas que presenciaram a tumultuada desocupação da região inundada pela Companhia Hidrelétrica do São Francisco (CHESF). O filme tem a direção das formandas em jornalismo Inês Guimarães e Patrícia Telles. Elas comentam que a música de Daniel “tornou o filme muito mais tocante e deu um direcionamento interessante ao roteiro”.

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Produção de Café

Produção de Café
Daniel Cézar