
Era uma vez um reino muito distante. Este reino era governado por um rei muito bondoso. Em seu aniversário costumava matar dois bois e um porco para dar a toda a população de seu reino estimado em quase quarenta mil pessoas. O mais curioso é que o dinheiro em que o rei usou para comprar os bois e o porco vinha dos impostos que a própria população pagava. De vez em quando o viam pagando uma cerveja para algum plebeu e dessa forma todos o achavam carismático, simpático e popular. Aqueles que eram empregados no reino recebiam salários baixos e eram constantemente humilhados em filas gigantescas para receber o seu dinheiro, isso quando recebiam. Ainda assim era um rei muito bondoso, segundo alguns. Nenhum dos seus súditos tinha coragem de encará-lo e dizer o que pensavam pois tinham o medo de perder o emprego. Mas ele era muito querido! Um dia acusaram-no de ter roubado muito dinheiro da população e seu nome apareceu em muitos panfletos e revistas. Ele acabou sendo afastado do poder e não foi preso apesar de ter sido comprovado muitos dos seus roubos. Mas a população estava saudosa do seu antigo rei, pois o que entrou depois dele, era um antigo companheiro e que todos percebiam que acabava fazendo a mesma coisa do outro. Novamente eles não podiam reclamar com medo de perderem o seu emprego. Logo depois a população mudou de rei novamente. Este último rei a população não estava gostando pois não matava bois em seu aniversário, nem contratava shows de artistas caros e famosos, mas trabalhava fazendo o seu dever de casa com a sua obrigação de rei. Apesar de todos agora poderem reclamar de seus direitos e não ter que enfrentar filas para receber o seu salário a população agora reclama com saudade do seu antigo rei ladrão. É triste perceber que em meio à democracia e a liberdade alcançada com tanto sacrifício e até sangue derramado, o povo deixa de lado o seu direito de ser livre por um pedaço de carne ou um copo de cerveja.
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