Tenho sempre observado em muitas festas que vou, em vários municípios vizinhos, uma coisa bastante curiosa. Cheguei à conclusão que os seres humanos, apesar de buscarem tanto a diferenciação com os outros animais, a ponto de submetê-los a seu domínio e exploração, têm muitas coisas em comum, mesmo que não queiram admitir. Em primeiro lugar, a própria fisiologia e composição química, isso é fato. Mas quero me ater no quesito: comportamento. Para os outros animais, chamamos toda forma de ação deles de instinto natural, pois acreditamos que eles não são capazes de pensar ou de construir uma ação proveniente do raciocínio ou da combinação de vários elementos. Então fiquei a me perguntar se com os seres humanos seria possível encontrar comportamentos instintivos, natos, independentemente da cultura ou história que tenha vivido. Um comportamento que se adquira ao nascer. Encontrei alguns como: proteção da prole, comer, dormir, se espreguiçar, etc. Mas ainda não é disso que quero falar. Percebi que a demarcação de território é muito marcante nos seres humanos, sobretudo nos machos dominantes (ou pelo menos eles se acham dominantes). Bastam vir outros machos de cidades vizinhas e o burburinho e a agitação começa. Principalmente se esses machos acabam por tentar acasalarem com as fêmeas locais. Ou nem precisam acasalar, basta tão somente cortejar. Daí soa a célebre frase: “O cara vem pra cidade dos outros tirar onda, merece apanhar mesmo!”. Indago-me, o que seria tirar onda? Nem ouso analisar literalmente, porque na verdade tudo gira em torno da defesa do território. O indivíduo “invasor” não precisa fazer nada. Só a sua existência no local, já é o bastante para exaltar o ânimo dos “machos dominantes”. Chega a ser engraçado, pois geralmente os “machos” que reclamam da posse do território, são os primeiros a serem descartados pelas fêmeas que eles querem defender. Acho que o ditado “santo de casa não faz milagres” pode ser aplicado nesse quesito. E mais interessante ainda é perceber que esses “machos” quando estão no território dos outros, querem ser compreendidos e aceitos da mesma forma que os seus rivais, mas essa compreensão só se tem quando se está na condição de invasor. Fico a imaginar como os coitados não confiam no seu “taco”. Não passam de criaturas frágeis e dignas de pena. Desse tipo de gente as pequenas cidades ou os bairros das cidades grandes estão cheios. Só não entendo como não entendem que festa é um lugar pra ser fazer festa. Parece redundância, mas pra muita gente é necessário que as coisas sejam repetidas, para poder entender melhor. Isso, quando querem entender. Mas enquanto isso, presenciamos brigas, assassinatos e outras conseqüências da luta pelo território. Será necessário castrar os “machos dominantes” para que os seus hormônios não sejam estopim da morte de alguém, ou de suas próprias desgraças.
3 comentários:
Há um pensamento que diz: "O homem é o único animal que vive tentando provar que é racional".
Realmente atitudes como estas que você descreveu, ratificam este pensamento.
Eu, particularmente, faço uma diferença entre "ser homem" e "ser macho": pois ser macho qualquer aninmal do sexo masculino o é; ser homem é ser humano. Então é pensar, raciocinar, é agir com sensatez.
Muito bom o seu texto.
muito obrigado Pró...
nossa que legal! Fiquei entusiasmada!!!
Postar um comentário